velocidade máxima  – Criação de pista exclusiva para veículos de carga, diminuição da velocidade máxima permitida e instalação de balança rodoviária. Essas são algumas das medidas propostas pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado Minas Gerais (Setcemg) para diminuir o número de mortes no Anel Rodoviário de Belo Horizonte.

Em conversa com o Bhaz, Luciano Medrado, consultor técnico do sindicato, disse que é necessário transformar a notícia política em algo técnico que comprove a real necessidade de haver a restrição no local. “Estamos participando do grupo de trabalho do projeto ‘Aliança para a Vida’ e entregamos no dia 24 de dezembro dez propostas que visam diminuir o número de acidentes”, conta.

Para a elaboração desta listagem foi utilizado o levantamento da BHTrans referente aos anos de 2012 a 2015 e que aponta que a maioria das mortes ocorridas no Anel é decorrendo de atropelamentos. Na sequência vêm acidentes com motocicletas, carros, caminhões e ciclistas. “Será que restringir o tráfego diminuirá o número de acidentes?”, indaga.

O consultor acredita que é preciso realizar um novo levantamento para então definir as medidas a serem tomadas. Sobre as propostas enviadas pelo sindicato, Luciano conta que ainda não houve retorno. “Teríamos o retorno no dia quatro de janeiro, mas a reunião foi cancelada e a nova data ainda não foi marcada. Agora sabemos o motivo”, disse, em alusão à ida de Alexandre Kalil a Brasília.

Sobre a restrição, Luciano conta que os caminhões não teriam lugar para ficar “esperando” o horário para trafegarem. “Ainda não temos estudos técnicos, mas acreditamos que cerca de 180 caminhões ficarão parados. O único lugar será o acostamento e, mesmo assim, haverá possibilidade de vários acidentes acontecerem. Não há rota alternativa”, disse.

Os postos de combustível, segundo ele, já afirmaram que não podem receber os caminhoneiros, pois isso atrapalharia os clientes. Outro ponto levantado por ele é do grande fluxo de veículos pesados após o horário de restrição. “Imagine como ficará o trânsito quando todos os caminhoneiros precisarem recuperar o tempo perdido. Teremos mais acidentes ainda”, opina.

“O poder público por meio da Prefeitura de Belo Horizonte criou a notícia, os meios de comunicação a divulgaram e agora nossa missão é dar consistência técnica. Caso contrário, vira discurso político populista”, afirmou o consultor.

Ministério confirma restrição

Após Alexandre Kalil divulgar nas redes sociais que haverá restrição ao tráfego a partir de março, o Dnit publicou uma nota dizendo que nada estava definido. O único ponto confirmado pelo órgão é que os estudos continuarão sendo realizados. Desde setembro, a PBH e o Dnit travam uma “disputa” pelo Anel.

Na noite dessa quinta (11), o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil informou que haverá restrição de tráfego no trecho concedido da BR-040. Já nesta sexta (12), a PBH, por meio de nota, afirmou que nenhuma ação será tomada de forma afoita e que todos os órgãos envolvidos continuarão sendo ouvidos.

Confira na íntegra a nota do Ministério:

A respeito do que foi veiculado nesta quinta-feira (11/1) pela imprensa do estado de Minas Gerais em relação ao tráfego no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação informa que haverá restrição de tráfego no trecho concedido da BR-040. O trecho administrado pelo DNIT funcionará normalmente. Do total de 26,1 quilômetros do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, 10,7 quilômetros são concedidos.

A decisão sobre quando se dará a restrição será tomada pelo grupo de trabalho (GT) a ser criado pela ANTT, especialmente para estudar seu impacto neste trecho. O objetivo é restringir a circulação com o mínimo de transtornos e reduzir o número de acidentes. O GT deverá apresentar os resultados de seus estudos com previsão de implementação das ações em março.

O DNIT vai acompanhar o grupo de trabalho técnico e verificar os reflexos nos trechos sob sua administração.

Nota da PBH

Já esclarecidas as questões de competências, atribuições e prazos sobre os problemas do Anel Rodoviário pela nota oficial do Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, a Prefeitura de Belo Horizonte reitera que nada será realizado de forma açodada e que todas as partes envolvidas continuarão sendo chamadas à mesa para as discussões. Entretanto, a seriedade do momento não permite a omissão com a qual o assunto foi tratado nos últimos 50 anos nem com medidas populistas.

 

 

fonte: bhaz

Imagem DIVULGAÇÃO/CORPO DE BOMBEIROS

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