Tradicional mostra de artesanato de BH recebe bom público,mas feirantes reclamam de vendas baixas desde o fim do ano. Consumidor está cauteloso

Depois de um fim de ano decepcionante, com vendas baixas nas semanas que antecederam o Natal, a Feira de Artes e Artesanato de Belo Horizonte, a famosa Feira Hippie da Afonso Pena, começou o ano com os corredores cheios. No entanto, apesar do grande movimento no segundo domingo do ano, os feirantes afirmam que os consumidores continuam com um pé atrás antes de tirar o dinheiro do bolso. A esperança dos comerciantes é que o aumento do movimento signifique também mais vendas em 2017.20170109084123434682e

“Há alguns anos o mês de dezembro era sempre o melhor para as vendas, principalmente perto dos feriados do Natal e do ano novo. O mês de janeiro era mais fraco, porque muita gente viajava. Mas o final do ano passado não foi bom e nos últimos finais de semana a feira ficou bem vazia. Hoje (neste domingo) o movimento está melhor, mas a verdade é que o povo não está tendo muito dinheiro e restringe o que vai comprar”, avalia o feirante Cleber Santana, que vende sapatos e sandálias na Afonso Pena há quatro anos.

Na manhã deste domingo, o movimento maior era nas barracas de alimentação. Os corredores da feira estavam cheios, mas pouca gente carregava muitas sacolas com compras. Feirante há mais de três décadas, desde quando ela acontecia na Praça da Liberdade, Eva Lopes conta que a expectativa dos comerciantes é de um ano melhor nas vendas em 2017, já que, como ela diz, “pior que o ano passado vai ser difícil”.

“O movimento neste início de ano está bom. O povo está chegando, talvez muitas pessoas que vieram das férias e voltaram para a cidade já nessa primeira semana. Ainda não está do jeito que era há um tempo atrás. Porque mesmo a feira cheia não quer dizer que as pessoas estão comprando tanto como antes. Mas tenho fé que 2017 será um ano melhor”, diz Eva.

As estudantes universitárias Manuelly Moura, de 20 anos, e Débora Santos, de 23, chegaram às 9h30 na Feira Hippie e até as 11h ainda não tinham comprado nada. “Viemos olhar bolsas e sandálias, mas ainda não olhamos tudo. O preço até está bom, dentro do que eu esperava, mas vamos olhar mais um pouco até decidir. E aproveitar também para pechinchar bastante, porque não está fácil para ninguém”, conta Débora, que pretendia gastar entre R$ 70 e R$ 90.

O feirante Antônio Carlos trabalha há 10 anos na Afonso Pena e afirma que 2016 foi um dos piores, “talvez o pior”, para as vendas. “Desde o segundo semestre de 2015, a situação das vendas começou a piorar e no ano passado foi o pior ano que já vi. Ninguém tinha dinheiro para nada. Ainda estamos nas cordas, sem reagir”, reclama. O vendedor de sandálias afirma que em 2016 suas vendas caíram mais da metade.

Frequentadora assídua da feira, a aposentada Ione Marques Silva, de 68 anos, se surpreendeu com o movimento de ontem. “Achei que nesse início de ano o movimento ia estar mais fraco, mas parece que as pessoas resolveram gastar hoje. Ainda bem, porque o comércio precisa voltar a crescer e gerar empregos”, diz Ione, sem saber do perrengue dos feirantes. A aposentada comprou toalhas e panos, desembolsando cerca de R$ 45.

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