Ideia é levar projeto para 150 hospitais e reduzir mais o número de cesáreas.
Medidas adotadas são simples, como estimular pequenas caminhadas.

sermaeO Brasil é o país campeão mundial em cirurgias cesáreas: são quase 85% dos partos na rede particular. Um programa vem sendo ampliado e agora está conseguindo reduzir esse índice, que é absurdo.
Algumas medidas adotadas são simples, como oferecer medicamentos às gestantes que reduzem as dores das contrações, ainda estimular a mulher a fazer pequenas caminhadas, tentar não ficar o tempo todo deitada no dia do parto. A ideia é levar o projeto para 150 hospitais e reduzir ainda mais o número de cesáreas.
A consultora Simone Fonseca é mãe da Sofia, de 5 anos, e do Rafael, de 2 anos. No primeiro parto ela fez cesárea e hoje diz que não foi bem uma escolha, mas falta de informação.
“É uma cirurgia desnecessária. Tive um pós-parto muito agressivo com muitos pontos, tendo que cuidar de uma recém-nascida, muita dor e com muita dificuldade de amamentar”, contou a consultora técnica no Ministério da Saúde.
Quando ela foi ter o Rafael, aí a história mudou, decidiu pelo parto normal. “A amamentação fluiu de forma muito mais rápida e segura, e a recuperação nem se fala”, contou.
Vinte e seis hospitais do Brasil participaram de um projeto piloto para incentivar o parto normal. O projeto Parto Adequado foi desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.
A equipe de um hospital em Belo Horizonte comemora o aumento dos partos normais. Em um ano e meio, eles passaram de 32% para 52% no hospital, o maior índice entre os participantes. Um hospital em Niterói, no Rio de Janeiro, teve 800% de aumento na quantidade de partos normais. Eles eram só 4%. Agora são 36%.
Para atingir a meta, foram tomadas medidas consideradas simples pelos médicos, como o uso de remédios para diminuir as dores do parto. O incentivo para que a gestante faça pequenas caminhadas e uma equipe, além do médico, para acompanhar a gravidez.
O projeto Parto Adequado evitou 10 mil cesáreas que não tinham indicação médica. O resultado foi tão acima do esperado que o projeto vai iniciar agora uma segunda fase e outros 150 hospitais do país vão participar.
“Quando a paciente entra em trabalho de parto existe todo uma melhora no desenvolvimento neurológico dessa criança, ela vai saber que ela está caminhando para um nascimento, facilita a amamentação, porque é liberado um tipo de hormônio que se chama ocitocina que ajuda na lactação, na amamentação”, afirmou a ginecologista e obstetra Lucila Nagata.
Helena completa dois meses hoje. A mãe, Cynthia Kruta, desde o início, se programou para um parto normal e deu tudo certo. “Ver ela nascendo de forma natural e ter ela nos braços foi uma recompensa fascinante, então a gente esquece a dor. É tão prazeroso tudo que a gente esquece, vendo essa coisinha tão pequeninha e tão perfeita no nosso colo. E a gente fica tão bem depois, que vale muito a pena ter”, contou.
Essa nova fase do projeto será desenvolvida nos próximos dois anos em dez estados do Brasil.

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