consumo de frutas – País é o primeiro a assumir formalmente as metas para a Década de Ação em Nutrição da ONU

Prato colorido, saboroso, com os alimentos preparados de maneira saudável. Se não for por indicação médica, nada de dietas loucas ou restrições severas. Sempre escolha o caminho do equilíbrio. Se adora brigadeiro, não vive sem coxinha e a costelinha de porco o deixa feliz, não passe a vida lamentando não comê-los, mas saiba comê-los. Sem exageros, eventualmente, sem jamais deixar de priorizar hábitos alimentares que possam garantir seu bem-estar, já que o que ingere está diretamente ligado à saúde. Não é clichê, você é realmente o que você come.

Não é moda ou conversa fiada. Alimentação adequada proporciona benefícios para ter qualidade de vida. Por isso, ela tem de ser balanceada e com nutrientes essenciais para que o funcionamento do corpo se mantenha sadio e com suas funções vitais equilibradas. Tudo muito simples, ao alcance da maioria, mas infelizmente ignorado por milhões de brasileiros. E não precisa ser nada elaborado, chique, caro, complicado. O arroz com feijão é a combinação perfeita quanto ao consumo de proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais e, infelizmente, muitos o têm deixado fora da mesa. Grande erro.

A preocupação de como o brasileiro anda se alimentando, que deve ser um cuidado particular e individual, é também uma questão pública, do governo. Para tentar melhorar um quadro cada vez mais crítico, o Brasil foi o primeiro país a assumir formalmente as metas para a Década de Ação em Nutrição da Organização das Nações Unidas (ONU), durante a Assembleia Mundial da Saúde, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra (Suíça).

As metas assumidas têm relação com obesidade e hábitos alimentares dos brasileiros. A primeira delas é deter o crescimento da obesidade na população adulta por meio de políticas de saúde e segurança alimentar e nutricional. O segundo compromisso é reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta. Por fim, o Brasil se comprometeu a ampliar o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente em no mínimo 17,8%.

Para atingir essas metas, o Brasil tomará diversas medidas, que incluem ações fiscais (reduções de impostos e criação de subsídios) que reduzam o preço de alimentos frescos, crédito para a agricultura familiar e concessão de benefícios a pessoas de baixa renda para que possam comprar alimentos frescos. O governo se comprometeu ainda a oferecer refeições mais saudáveis e educação nutricional a crianças nas escolas públicas, bem como aumentar a compra de produtos da agricultura familiar por parte do poder público. Novos materiais educativos sobre alimentação saudável serão desenvolvidos e distribuídos à população, professores e trabalhadores.

Outra medida assumida foi a redução da quantidade de sal e açúcar em alimentos processados, bem como a revisão da política de regulação de embalagens, de modo que as quantidades de açúcar sejam apresentadas em destaque na área frontal. Assim como a promoção da amamentação por meio das unidades básicas de saúde, além de aumentar o número de unidades para a prática de atividades físicas e melhorar o acesso ao cuidado de pessoas com sobrepeso ou obesidade.

Cris Arcangeli/Reprodução
(foto: Cris Arcangeli/Reprodução )

Faz tempo que o Bem Viver também assumiu o compromisso de informar e alertar seus leitores a respeito da importância de se alimentarem bem. Hoje, mais uma vez, ouvimos especialistas de várias áreas para que esse alerta seja entendido e que boas práticas de consumo sejam adotadas o quanto antes. Se o brasileiro vive mais, é preciso que seja com mais saúde. Saudável e com a máxima independência possível. Corpo são, mente sã.

ESTATÍSTICA ASSUSTADORA 

Esse assunto é dos mais sérios. Os números não metem e as estatísticas assustam. A obesidade e o sobrepeso vêm aumentando em toda a América Latina e Caribe, com um impacto maior nas mulheres e uma tendência de crescimento nas crianças, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da Organização Pan-americana de Saúde (Opas). Mais da metade da população brasileira está com sobrepeso e a obesidade já atinge 20% das pessoas adultas. Segundo o documento, com base em dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o sobrepeso em adultos passou de 51,1% em 2010, para 54,1% em 2014. A tendência de aumento também foi registrada na avaliação nacional da obesidade. Em 2010, 17,8% da população era obesa; em 2014, o índice chegou a 20%, sendo a maior prevalência entre as mulheres, 22,7%. Outro dado apontado pelo relatório foi o aumento do sobrepeso infantil. Estima-se que 7,3% das crianças menores de 5 anos estão acima do peso, sendo as meninas as mais afetadas – 7,7%.

O Brasil, ao mesmo tempo em que conseguiu superar a fome, tem aumento expressivo do sobrepeso e da obesidade em todas as faixas etárias, o que contribui para desencadear as doenças crônicas, que são a principal causa de morte entre adultos. A educação nutricional, o alerta e a atenção dos consumidores sobre a ingestão de alimentos ricos em açúcar, gordura e sal são os primeiros passos para aprender a comer bem e direito.

fonte: bhaz
Imagem: Cris Arcangeli/Reprodução

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