reforma da Previdência – A discussão entre deputados da base governista e da oposição acontece em função de grade cercando a Câmara e guarda armada dentro da Casa

Deputados da comissão especial da reforma da Previdência retomaram com bate-boca, na manhã  desta terça-feira, a votação das mudanças nas regras da aposentadoria.  Governistas e oposição discutiram o  impedimento de manifestantes na sala onde acontece a votação dos destaques ao texto-base aprovado na semana passada.

O bate-boca começou com o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) defendendo a entrada de manifestantes na Câmara. O presidente da comissão, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), argumentou contra.

O deputado Ivan Valente (Psol/SP) criticou o fato de a guarda legislativa estar armada. “Não é bala de borracha, é bala mesmo. Isso é inconstitucional”, protestou o deputado. “Peço também para que tirem todas as grades em torno da Câmara”, disse o parlamentar.

Enquanto Valente protestava, Marun fazia não com a cabeça. “Vamos iniciar os trabalhos”, tentou encerrou a discussão o presidente da comissão. Antes, porém, ele cortava a fala dos deputados que iam contra o impedimento dos manifestantes dentro da Câmara. “Vamos votar, vamos votar”, reiterava Marun.

Na semana passada, agentes penitenciários invadiram a reuniãoda comissão especial para protestar contra a reforma da Previdência.
A expectativa  para hoje é que a sessão dure até o final da tarde de hoje.

Além da obstrução que partidos de oposição vêm fazendo na comissão, os destaques serão votados um de cada vez, com tempo de orientação de bancada e votação nominal.

Na semana passada,  o governo esperava concluir a votação do texto-base, na comissão, naquela data.

A invasão da reunião pelos agentes penitenciários forçou os deputados a interromper a sessão. Por isso, o reforço na segurança nesta terça-feira que geraram protestos da oposição ao governo. “Estamos em estado de sítio?”,questionou a deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ).

Destaques

Entre os destaques  em votação nesta terça-feira está o apresentado pelo Psol para que a a reforma da Previdência passe por referendo popular.

Depois da votação dos destaques, se houver alterações, os membros do colegiado finalizarão o texto que seguirá para o plenário, onde o projeto pode voltar a ser alterado por meio da apresentação de emendas e novos destaques.

O texto aprovado pela comissão deve ser publicado no Diário Oficial da Câmara logo após o encerramento dos trabalhos desta terça. A partir daí, é contado o prazo de pelo menos duas sessões para que o projeto seja encaminhado ao plenário.

Ainda não há uma data definida para começar a votação da reforma no plenário, onde são necessários os votos favoráveis de pelos menos 308 dos 513 deputados para que seja aprovada, em dois turnos.

Caso seja aprovada na Câmara, a matéria segue para o Senado, onde a matéria será encaminhada para votação. Se aprovado, vai a sanção presidencial. Do contrário, volta para ser votado novamente na Câmara.

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